terça-feira, 30 de setembro de 2014

E tudo se foi...

E tudo se foi….
Os pais dele eram padrinhos do meu irmão mais novo e nossos vizinhos de rua. Viviam umas 3 casas abaixo da nossa, na Rua da Carne Azeda. Era uma quinta grande que cruzava com a rua do Til. A casa estava interiormente dividida em duas, de um lado vivia os padrinhos do meu irmão, do outro lado o cunhado deles.
Naquela casa aprendi a andar de bicicleta, a brincar só com rapazes aos índios e aos cowboys. Nas férias íamos para lá brincar, havia muito espaço, do lado casa do Til, até tinha uma fazenda, um levadeiro, um jardineiro, era tudo muito grande.
O casal tinha apenas dois filhos, rapazes, um muito tímido, de poucas falas e outro mais extrovertido. O mais novo era o amigo do meu irmão e eu atrelada ia para lá passar as tardes.
Lembro os lanches que a mãe nos servia, ou a empregada, tinham sempre uma empregada diferente, iam mudando com frequência, os gelados de leite e de chocolate confeccionados em casa, os bolos de leite com queijo e os sumos de laranja, a maior parte das vezes comíamos no jardim, outras vezes íamos lanchar à copa, não se comia na cozinha.
A mãe, a madrinha do meu irmão, não trabalhava fora, mas depois dos miúdos crescerem, ela durante o período da tarde ia para a loja. A loja era uma casa de bordados muito antiga, junto à Sé, onde hoje funciona a Godiva. A senhora era muito elegante, arranjava o cabelo sempre ao alto e espalhava uma dose generosa de laca. Ainda havia na casa uma figura bem carismática, era uma tia deles, irmã do pai, solteira, muito bonita e magrinha. Quase mandava mais na casa do que a madrinhas do meu irmão. O padrinho era um homem magro, com uma voz muito fininha, tinha um Opel Kadett, beije clarinho, era muito amigo do meu pai, presença constante todos os domingos em minha casa antes do almoço. Tratava a esposa pelos dois primeiros nomes próprios, tinha algumas semelhanças com o meu pai, de estatura baixa e careca.
Tinham um estilo de vida muito superior ao nosso, organizavam festas nos aniversários, com empregados a servir, passadeiras vermelhas, tudo cheio de muito glamour.
Um dia, a madrinha do meu irmão deu entrada numa clínica para ser submetida a uma cirurgia normalíssima, à vesícula. Tudo correu muito bem, até que no pós-operatório, a senhora manifestou sinais febris, e de repente faleceu, julgo, que com um diagnostico que nos dias de hoje se apelida de sépsis. Foi uma morte algo suspeita mas a família não quis se pronunciar.
A partir da morte da matriarca da família, aos poucos tudo se foi desmoronando. A Tia continuou a viver com o irmão, que entretanto foi afogando as suas mágoas no álcool e no jogo. De repente foram perdendo os bens, ouvimos dizer que o senhor tinha arranjado uma namorada mais nova e daí até o desentendimento da família foi um ápice.
O amigo do meu irmão era o filho mais novo, foi para Lisboa estudar, tirou um curso de técnico de aparelhos dentários, abriu um laboratório no Funchal sem grande sucesso e tudo o que se seguiu teve a mesma sina, um restaurante, uma loja de flores, etc, etc…
Hoje o rapaz está numa idade próxima a 50 anos é solteiro, vive em Lisboa numa pequena casa alugada, trabalha e a vida não lhe tem sorrindo tanto como nos tempos de outrora, como na sua infância de ouro. É uma excelente pessoa, demasiado honesto e extremamente ingénuo para a idade que tem.
Havia também uns primos, filhos de um economista ou gestor, eram 4 rapazes que de vez em quando juntavam-se às nossas brincadeiras. Eu continuava sendo a única rapariga. Também esta parte da família teve um fim um pouco inusitado. O pai assumiu-se sexualmente e separou-se da mãe, um dos filhos fez o mesmo, outro foi diagnosticado já na idade adulta uma do foro psiquiátrico saíram da Madeira e foram viver para Lisboa.
Hoje a casa está transformada numa creche e jardim-de-infância, o amigo do meu continua a viver em Lisboa, não tenho ideia de ter vindo à Madeira nestes últimos anos e o filho mais velho está com uma vida familiar e profissional bastante estável.

30.09.14






No regresso a casa,

No regresso a casa
Nos anos oitenta rumei a Lisboa, sozinha, uma miúda com 17 anos a iniciar uma nova vida.
Era mesmo uma nova vida em tudo. As primeiras experiências, o viver fora da casa dos pais, sem o apoio da família, gerindo uma mesada, sendo responsável e sabendo que estava ali por minha conta e com um dever, nunca chumbar um ano.
Não sabia ao certo o que me esperava. Era assim, não havia escolha, partilhar um apartamento com duas madeirenses, com quem nunca tinha falado nem tomado um café. Bastava o facto do meu pai conhecer as famílias, eram pessoas honestas, decentes e com boa reputação.
A coisa não correu nem bem nem mal, correu, ou melhor, correu como tinha de correr. O apartamento apesar de pequeno estava muito bem localizado, era num primeiro andar, tinha 2 quartos, sala cozinha e uma casa de banho.
Dividia o quarto com uma outra rapariga, que já lá estava num segundo ano de um curso muito exigente de ciências exactas. Só por isso eu já lhe tinha em muita consideração.
Eu que nunca soube lidar bem com os números, os cadernos quadriculados assustavam-me, as trigonometrias, as álgebras, as análises, só de soletrar o nome das disciplinas já me metia em sentido.
Olhava para ela e pensava, deve ser muito inteligente, para estar a estudar e lidar com números, equações, regras, cossenos, expoentes, funções e limites.
E ainda havia as fórmulas da química e as leis da física, ela tinha mesmo um QI acima da média
Eu, rapariga das letras, um pouco para enfrentar o meu pai, na sua autoridade e intransigência, bati o pé e disse que ia para um Curso de Sociologia e que depois vinha trabalhar para a prisão.
Ele que tinha interiorizado que a filha seria uma advogada, ficou desiludido, não tanto pelo curso escolhido em si, mas por saber que esta coisa da sociologia era estudos para pessoas de esquerda, comunistas e que de empregabilidade deixava muito a desejar.
Nunca chumbei nenhum ano e quando terminei não fui trabalhar para a cadeia, mas também não estive inserida em nenhum movimento revolucionário e a política nunca foi o meu forte.
Menos mal, o desgosto não foi assim tão grande e aqui cheguei passados 5 anos a até arranjei emprego.
Contrariamente a muitas amigas minhas madeirenses, a ida para Lisboa foi dos melhores tempos que vivi.
As colegas choravam, não se adaptavam, queriam regressar. Eu não digo que as saudades não me apertavam o coração, mas eu queria mesmo era viver. Viver o que ainda não tinha vivido.
Em casa dos meus pais, não saía à noite, como as minhas amigas, não ia bailes nem a festas, nem a viagem de finalistas, raramente ia ao Golden Gate e ao Apolo, apenas tinha liberdade para andar nos escuteiros e fazer acampamentos.
O escutismo era uma coisa para gente séria, tinha uma vertente religiosa, ajudava a formar o carácter de uma pessoa e o contacto com a natureza era saudável.
Em Lisboa dia a dia fui ganhando asas para um voo cada vez maior. No início ainda vinha as três épocas de férias à Madeira, depois passei só a vir duas vezes por ano, no Natal e nas férias grandes.
Na faculdade procurava não me juntar muito ao grupo dos madeirenses, nunca pertenci ou estive na casa da Madeira, nem fiz parte de convívios com os estudantes madeirenses. Eu queria era conhecer outras pessoas, gente nova, mais desempoeirada, livres de preconceitos e mesquinhices de um povo que está sempre atento ao que os outros dizem.
Convivia muito com um primo bem mais velho, que morava em Lisboa, fazia uma boa dezena de anos e já trabalhava há muitos anos. Às vezes, quando podia, fazia gazeta à faculdade, de preferência a uma 6ª feira e ia à pendura com ele numa viagem, ora pelo Algarve, ora pelo Alentejo, umas vezes a Setúbal, até cheguei a ir ao Marvão a Vila Nova de Mil Fontes e a Castelo de Vide.
No regresso a casa, à rua da Carne Azeda, nome de rua que durante anos tinha tanto pudor em pronunciar, sentia o cheiro a limpo, a cera de alfazema, a flores dentro de casa.
A minha mãe, uma mulher muito bonita, doméstica de profissão, a quem as vinte e quatro horas de um dia nunca lhe rendiam, andava sempre atrasada nas lides domésticas e nas horas das refeições.
Mas a casa, estava sempre imaculadamente limpa, o quarto cheiroso, as roupas brancas, os lençóis bem estendidos na cama, em cima da mesa-de-cabeceira e da cómoda um conjunto de naperons em bordado madeira e outros que a minha tia do Curaçau trazia quando nos visitava. E eu dava umas voltas pelo quintal para ver as flores novas, perguntava pelas vizinhas, pela família e pelos sobrinhos. Estão todos bem, estão todos muito grandes, dizia a minha mãe.
Na manhã seguinte acordava com as crianças mais pequenas a invadirem-me o quarto e ainda ensonada, descia e vinha para a cozinha tomar o café e ler o diário de notícias, quando a minha mãe ainda não o tinha emprestado à vizinha.
De Lisboa sentia saudades, da cidade onde eu passava anónima, dos colegas do Norte e de outras zonas com quem eu convivia na cantina do Lumiar, dos autocarros grandes e rápidos a se perderem nas avenidas, de passear e ver lojas pela Avenida de Roma de ir ao Centro Comercial Apolo 70, de ir ao cinema ao São Jorge e ao Londres, de ver o rio Tejo, de andar sem destino pela baixa, de colar a cara na montra dos Porfírios e de comer um hambúrguer no Great American Disaster com a minha colega de quarto.

30.09.14

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

No Janeiro,

No Janeiro,
Era um terreno único e eu andava de casa em casa, sem ter de passar pela estrada.
A vida fazia-se por dentro, entre os terrenos, entre os poios, as veredas, saltando muros e subindo tapadas.
Um dia, não sei porquê, mas com muita indignação da minha parte, deixamos de ter acesso, as modernices, a construção de uma nova casa para uma prima, cortou a ligação interna para caminho da casa das tias.
As casas principais eram três, ainda havia mais uma de um primo, mas não tão perto e teríamos de ir forçosamente pela estrada.
O almoço era escolhido como se um restaurante fosse todos diferentes e com ementas variadas. Eu ia passando por cada uma e perguntava “tia o que é o almoço?”.
Ficava e saboreava a refeição onde o melhor menu me aconchegasse o estômago.
À noite e para dormir gostava de parar na última casa. Aproximava-me do terreiro e exclamava “uhuhuh…Tia”, ouvia-a ao longe “vem Luisinha estamos na cozinha”.
Era uma casa pequena, de sobrado e com janelas de tapassóis verdes a abrir para um terreiro comprido.
À frente um muro de cimento, com tapetes e mantas de retalho. Ali ficávamos sentados a conversar dia e noite fora. Eu sentava-me sempre encavalitada em cima do muro.
Havia um terraço, avistávamos o mar, observávamos os aviões a aterrar, ouvíamos o porco a roncar, uma vaca no palheiro, havia o cheiro a terra, a vinho, a uvas e a fruta da época.
Havia sempre um cão, geralmente preso de dia e solto à noite e muitos gatos, muitos gatos dentro de casa, felizmente não subiam para os quartos.
Havia uma fazenda grande, com árvores, anoneiras, nespereiras, peras abacates e à frente da cozinha um jardim com muitas flores.
Lembro-me do tio José, sentado numa banca à saída da porta da cozinha de barreta na cabeça e a fumar e homens a bater à porta. Entravam, bebiam um copo e faziam-lhe companhia. Às vezes também vinham as mulheres, conversavam com a tia e também bebiam.
Outras vezes os mesmos homens e mulheres vinham para dar a dias, para trabalhar no terreno, para mondar e regar as bananeiras.
Eu gostava daquela casa à noite, ninguém se deitava cedo, à excepção do tio, todos iam para a cama tarde.
Lembro-me de a casa não ter luz eléctrica e mais tarde lembro-me das faltas de energia que nos surpreendia a todos, sobretudo nos dias invernosos e chuvosos.
E era disso que eu gostava, menina de cidade, adorava os ambientes do campo.
Gostava daquela cozinha, do lar, do forno a lenha, das panelas de ferro e de alumínio arreadas tão delicadamente que nos serviam de espelho, dos móveis pintados de azul anil, da mesa grande e comprida e das torradas feitas nas brasa do lar e sorvidas com uma grande chávena de café com leite. O café era de saco e o leite era de casa, da vaca que estava ali ao lado.
O ir para a cama era um dos episódios mais engraçados, subíamos as escadas, levantávamos o alçapão, entravamos directamente no quarto dos tios e passávamos para o nosso, sem corredora, era porta com porta.
Subíamos sempre de candeeiro a petróleo na mão, que nos alumiava ate a hora de já estarmos dentro dos lençóis.
Na minha casa no Funchal, os quartos não eram assim, havia uma corredora que os delimitava uns dos outros.
Eu gostava daquela intimidade, de ouvir a minha tia a ressonar e do meu tio a rezingar. Gostava daquela partilha de espaços pequenos.
O soalho rangia, as portas chiavam, os mínimos ruídos eram barulhos intensos no silêncio da noite.
O quarto era pequeno, mas acolhedor, tinha duas camas cada uma encostada à parede, uma escrivaninha muito alta, um guarda fatos daqueles que tem ao centro um grande espelho e mais um móvel pequeno.
A casa tinha uma casa de banho na rua, à noite quando havia vontade de fazer chichi, utilizávamos um penico que ficava debaixo da cama, a casa do Funchal não tinha nada disto.
Lembro-me ainda do luar, o luar que entrava pelas frestas dos tapassóis e fazia com que no quarto fosse quase sempre dia.
Conversávamos e riamos, riamos muito, até que o meu tio nos mandava calar.
De manhã, era a última a levantar.me, estava de férias, não havia escola, nem horários para cumprir.
Recordo com saudade o aroma do café acabado de fazer e do cheiro a ovos fritos, quando descia, dizia logo “tia eu quero um ovinho molinho e torradinhas com manteiga”.
A tia era uma mulher muito pequena com as pernas ligeiramente arqueadas, tinha um cabelo muito comprido que usava todo enrolado fazendo um carapito no alto da cabeça ou entrelaçado terminando da mesma forma.
A tia ria muito, estava sempre bem disposta, nunca gritava, não brigava, era uma mulher da terra, do campo, de muito trabalho.
Mesmo quando a tia ficou doente, e muito doente, a tia ria sempre, com gargalhadas, mas com tanta vontade que às vezes lacrimejava de tanto rir.

26.09.14

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Chegou,

Chegou,
Chegou e esperou por mim. Há muito que estava prometido um fim de semana relampado mas intenso.
Combinado o dia e acabamos por ficar só as duas.
Jantamos em casa, pusemos a conversa em dia, recolhemos quando passava pouco da meia-noite e no dia seguinte estávamos a pé pelas 7 da manha, arrumando mochilas e juntando um farnel.
Fizemos uma caminhada, um caminho real, o nº 24, o caminho foi interrompido pela chuva torrencial. Ainda demos prova pela segunda vez à poncha e a mais uns momentos de confraternização com o grupo das VL.
À chegada ao Funchal apenas tivemos tempo para um banho quente, descemos à cidade, rumamos ao Jardim Municipal, quando dei por mim estávamos a ouvir uma música de folclore regional. Ainda insisti para que ela dançasse mas o rapaz, desviou o olhar.
Calcorreamos as ruas da baixa, observamos os edifícios de traça antiga, as cantarias, as janelas de guilhotina, os parapeitos e as varandas coloniais.
Ela ia sempre disparando aqui e acolá, cruzando o olhar sobre os pormenores.
Deambulamos pela avenida em obras, o Palácio de São Lourenço, o Banco de Portugal, o café do Teatro e o Ritz.
Quando caiu a noite entramos numa rota turística, a espetada, o bolo do caco e o milho foi saboreado sequiosamente.
De regresso à cidade e à zona velha, passamos pela Rua de Santa Maria, pelo hostel, onde penetramos desavergonhadamente e percorremos todos os espaços, terraço restaurante e bar.
Na Venda Velha, ela gostou do chão, apinhado de cascas de amendoim, das caixas em lata da fábrica de bolachas, fascinou-se por um candeeiro de tecto feito em porcelana e pintado à mão, gostou também de caixa antiga de televisão, que exibia um programa atual em versão colorida.
Não nos alongamos muito pela noite, não tínhamos hora de acordar para o dia seguinte, mas não queria deitar-me tarde.
Ainda de dormir ainda passamos pelo terraço, estivemos a olhar o céu, ouvir o silêncio e arrebatamos mais dois dedos de conversa.
Camara de Lobos foi a primeira paragem, a enseada, o cais, o ilhéu, a igreja e a Niquita.
Ela gostou, ela continuava a disparar.
No miradouro, a vista deslumbrou-a, observamos ao longe a saída da cidade, as freguesias limítrofes, a entrada da cidade não era visível, mas nem por isso sentimos a sua ausência.
Levei-a à Quinta da Rochinha, só para ver a vista, viemos ter diretamente ao Jardim do Mar, na mesa caíram as lapas, o bolo do caco os caramujos e um picadinho.
Sempre de seguida fomos ter ao Paul do Mar, quase de mojito na mão, saímos e viemos até a Praia dos Anjos.
Ela ainda tentou tomar um banho, não sei se por vergonha do desequilíbrio que sentia nos calhaus que rolavam e a que não estava seguramente habituada, retrocedeu e molhou ligeiramente as pernas.
Deliciou-se com a decoração, a banheira de banho, as mesas em troncos de madeira, os gatos, e eu, que não gosto de gatos dei por mim a fazer-lhes festas.
Bebi o meu gin, ela não quis, achei prudente ia conduzir uma viatura que não lhe pertencia. Lamentei não termos tido tempo de assistir ao por do sol, mas ainda observamos o mar cor de prata a perder-se no horizonte.
Ele chegou pontual e já lá estava, à nossa espera. Chegaste com meia hora de atraso, replicou e cheiras a álcool….
Em casa fizemos a ultima refeição do dia, tentei uma bola de carnes, não disse nada, mas não ficou muito famosa.
No último dia reservei uma praia, o dia estava solarengo, fomos a banhos, a água estava límpida e tépida.
A Ângela fez-nos um bacalhau com broa, bem apurado, como já sabe fazer muito bem.
Tinha combinado com a minha irmã para vir busca-la e no final do dia fomos a deixar de volta a Lisboa.
Tentei proporcionar-lhe um fim de semana inesquecível, fiquei com a ideia de que ela gostou pelo menos pelas fotos que tive o prazer antecipado de olhar de esgueira.
Não me deixou dúvidas, penso ter gostado mesmo.
Foi tudo muito rápido, falamos de tudo e de nada.
Falamos das viagens, das cores, dos cheiros dos sabores, de Paris, do trabalho dela, do novo namorado que ela tem.
Falamos muito da família, da avó, dos amigos e dos afectos.
Vivemos e falamos da vida, essa vida que um dia há de levar-nos a encontrarmo-nos num outro lugar, diferente de hoje, aqui e agora.

23.09.14

Uma questão de atitude.

Uma questão de atitude. Iniciamos o percurso com um vento forte e frio, um pouco desagradável. Levamos com terra e poeira como se esti...