Belgais.
Foi um
convite para passar um fim de semana em Castelo Branco em Maio de 2004.
Visitamos
o concelho, fomos à aldeia histórica na Serra da Gardunha - Castelo Novo,
aldeia de casas senhoriais, casas em pedra, com varandas em madeira e restos de
calçada romana. No alto ergue-se o castelo.
O fim
de semana incluía um evento cultural no sábado ao final do dia, assistir a um
concerto de Maria João Pires em Belgais.
Para
chegar à herdade, percorremos um longo caminho de terra batida, com percursos
de altos e baixos, entre oliveiras e eucaliptos.
A
quinta é um oásis no deserto, tudo muito plano, uma casa térrea, com sala de
concertos, estúdio de gravação, biblioteca e piscina. Com um estilo rústico,
artesanal e acolhedor.
A Maria
João desenvolveu um projecto de ensino artístico para jovens, músicos e
artistas, que de início teve um excelente impacto, mais não fosse pela descentralização
da cultura numa cidade do interior, mas mais tarde acabou por correr mal e em
2009 foi posto à venda.
Houve
discórdias, e desentendimentos entre ministérios e apoios concedidos, houve
arresto de bens e tudo terminou de uma forma abrupta quando a pianista saiu do
pais e foi para o Brasil (em 2006). Por lá ficou a viver e pediu nacionalidade.
Impressionante
como nós, portugueses, temos o condão de deixar escapar grandes artistas,
pessoas de valor considerável, empobrecendo cada vez mais a nossa cultura. É
caso para dizer “felizes dos que os recebem”.
O
centro organizava concertos, palestras musicais, tinha oficinas para crianças e
ainda um coro infantil. Enquanto sobreviveu dinamizou muito a zona de Castelo
Branco.
Nós
chegamos num fim de tarde, calmo, de temperatura amena, para assistir a um
concerto à beira de uma piscina, decorada num ambiente de velas, flores, um por
do sol avermelhado contrastando com o marron da terra, assim algo bem-parecido
a um estilo marroquino.
Foi
calmo e intenso, cheio e sereno, viemos mais tarde a jantar num restaurante da
zona, aprazível e sossegado, completando assim um fim de semana cultural a
cortar a rotina de um ilhéu.
05.05.15
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