terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Londres em Janeiro.

Londres em Janeiro.
Era eu ainda solteira quando no início do ano de 1992, resolvi fazer uma viagem com as primas a Londres. Era qualquer coisa no género, a Casa da Madeira em Londres ou o Centro Desportivo e Cultural Português havia fretado um avião para trazer à Madeira pela época das Festas do Natal, Final do Ano e Santo Amaro em Santa Cruz, um grupo de madeirenses radicados em Londres. Acontece que, o voo de regresso disponha de alguns lugares a um preço simbólico. Aproveitamos a ocasião e resolvemos conhecer a cidade por apenas 3 ou 4 dias. Eramos um grupo de 3 primas e mais 3 amigas, que no total resumia-se a 6 mulheres.
Ficamos num hotel pequeno, de cidade, sem luxos, não devia de ser muito longe do centro, pois tenho ideia de utilizarmos o metro e fazer algum percurso a pé.
Logo na primeira noite foi divertido, andamos todas no quarto à procura do lençol de cima. Supostamente e na cultura portuguesa uma cama é feita com 2 lençóis, o de baixo e o de cima, os ingleses, os nórdicos e outros povos usam apenas um édredon com capa e é precisamente essa capa que é retirada e lavada. Mas nós, muito pouco viajadas desconhecendo estes pormenores, andamos a abrir gavetas e roupeiros do quarto à procura do outro lençol. Ainda tentamos telefonar para a recepção, mas foi tudo em vão. Se as minhas primas, muito ciosas da sua higiene digeriram esta ausência do 2º lençol, com a capa de almofada, já não se passou o mesmo, forraram a mesma com uma tshirt. É óbvio que isto é defeito de família, preciosismo a mais.
Fazia muito frio, mas nunca choveu por isso metemos corda nos pés e percorremos a cidade, visitamos os monumentos mais emblemáticos, a Tower Bridge, o Palácio de Buckingham e assistimos ao render da guarda, o Museu da cera (Madame Tussauds), a Catedral de São Paulo, cursamos as ruas mais importantes, fomos ao Piccadilly Circus, a Trafalgar Square, a Convent Garden e reparamos como Londres era uma cidade muito cosmopolita. Encontramos de tudo, chineses, árabes, muçulmanos, pretos, indianos, com tatoos, piercings, fumando charros, deitados no chão, muitos mendigos e pedintes. Algumas ruas apresentavam-se muito sujas, escuras e sombrias, tal como eu reconhecia dos filmes que via na TV.
Faltou a visita aos museus, galerias de arte ou assistir a um musical, mesmo assim ainda tivemos tempo para ir aos saldos no Harrods, Marcks Spencer e no Selfridge. Recordo a apresentação fabulosa da comida, sandes de salmão era uma iguaria que eu não via com frequência, patês, presunto, bacon e outros enchidos. O cheiro a perfume das lojas à entrada, os sabonetes elegantes, as variedades de chá, fervilhava de coisas diferentes, pouco comuns, fervilhava de gente, a falar um inglês perfeito, tão irrepreensível quanto ouvir um diálogo do Hugh Grant num qualquer filme.
Um dia fomos jantar a um restaurante português, de uns familiares das raparigas que nos acompanhavam, outro dia comemos numa cadeia de fast food (McDonalds) e nos outros desenrascamos sandes e fruta. Era mês de Janeiro e não andávamos muito abonadas para frequentar bons restaurantes.
Acho que comprei alguns discos, ainda em vinis, não resisti, e pelo menos numa loja gigante entrei.
Vi esquilos pela primeira vez, assim muito perto de mim achei o Hyde Park magnifico e imaginei-me a assistir a um concerto dos Rolling Stones, dos Queens ou do Paul Simon e Art Garfunkel, de quem eu tanto gostava na altura.
Impressionante, como aqui tão perto e tão acessível, nunca mais voltei a Londres. Gostaria de lá regressar, fazer um outro tipo de viagem, ir ao campo, passar pela Escócia e talvez dar um salto até a Irlanda, quem sabe talvez, um dia.

06.01.15



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